ATA DA SEXAGÉSIMA SEGUNDA SESSÃO SOLENE DA SEXTA SESSÃO LEGISLATIVA
ORDINÁRIA DA NONA LEGISLATURA, EM 27.10.1988.
Aos vinte e sete dias do mês de outubro do ano de mil novecentos e
oitenta e oito reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre, em sua Sexagésima Segunda Sessão Solene da Sexta
Sessão Legislativa Ordinária da Nona Legislatura, destinada a proceder à
entrega do Título de Cidadão Emérito ao Sr. Maurecy Souza dos Santos, concedido
através do Projeto de Resolução n° 29/88 (proc. n° 1373/88). Às dezesseis horas
e vinte e três minutos, constatada a existência de “quorum”, o Sr. Presidente
declarou abertos os trabalhos e convidou os Líderes de Bancada a conduzirem ao
Plenário as autoridades e personalidades presentes. Compuseram a Mesa: Ver.
Mano José, 2º Secretário da Câmara Municipal de Porto Alegre, presidindo os
trabalhos; Jorn. Melchiades Stricher, representando, neste ato, o Sr. Prefeito
Municipal; Prof. Joaquim José Felizardo, Secretário Municipal de Cultura; Jorn.
Pedro Flores, representando, neste ato, a Associação Riograndense de Imprensa,
ARI; Sr. Maurecy Souza dos Santos, Homenageado; Srª. Zilda Souza dos Santos,
Esposa do Homenageado; Ver. Adão Eliseu, proponente da Sessão e, na ocasião,
Secretário “ad hoc”. A seguir, o Sr. Presidente concedeu a palavra aos
Vereadores que falariam em nome da Casa. O Ver. Flávio Coulon, em nome da
Bancada do PMDB, discorreu sobre os motivos da presente Sessão, ressaltando, em
especial, ser o Sr. Maurecy Souza dos Santos funcionário deste Legislativo, o
que estende a homenagem a todos os servidores da Casa. Disse que Porto Alegre
sente-se feliz por contar com S.Sa. entre seus Cidadãos Eméritos. E o Ver. Adão
Eliseu, em nome das Bancadas do PDT, PFL, PDS e PCB, falou sobre a vida
profissional do Homenageado, analisando a importância do trabalho dos
fotógrafos, como artistas que registram a própria história humana. A seguir, o
Sr. Presidente convidou o Ver. Mano José e a Sra. Zilda Souza dos Santos, a
procederem à entrega, respectivamente, do Título de Cidadão Emérito e do Troféu
Frade de Pedra ao Sr. Maurecy Souza dos Santos e concedeu a palavra a S.Sa.,
que agradeceu a homenagem prestada pela Casa. Em continuidade, o Sr. Presidente
fez pronunciamento alusivo à solenidade, convidou as autoridades e
personalidades presentes a passarem à Sala da Presidência e, nada mais havendo
a tratar, levantou os trabalhos às dezessete horas e três minutos, convidando
os Senhores Vereadores para a Sessão Solene a ser realizada a seguir. Os
trabalhos foram presididos pelo Ver. Mano José e secretariados pelo Ver. Adão
Eliseu, Secretário “ad hoc”. Do que eu, Adão Eliseu, Secretário “ad hoc”,
determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será
assinada pelos Senhores Presidente e 1ª Secretária.
O SR.
PRESIDENTE: O primeiro orador inscrito é o Ver. Flávio Coulon, que
está com a palavra pelo PMDB.
O SR.
FLÁVIO COULON: Senhores e Senhoras, Santinho e os demais
funcionários desta Casa sabem que sou um Vereador formal, que procuro nas
Sessões Solenes trazer o discurso escrito. Mas hoje, Santinho, é um dia
especial, onde mais do que trazer discurso escrito, onde sempre se racionaliza
as coisas, achei que deveria vir discursar de peito aberto e falar com o
coração aquelas coisas que vão surgindo à medida que as palavras vão sendo
mandadas do coração e do cérebro. Não estava me preparando inicialmente para
ser o orador em nome do PMDB, mas, na medida em que o tempo foi passando e que
fui pelos corredores desta Casa procurando saber quem era Santinho e que fui
recolhendo em cada gabinete palavras de carinho e admiração pelo Santinho,
foi-se solidificando dentro de mim a absoluta necessidade de, neste momento de
corrida da campanha, em que estamos sendo solicitados por todos os lados, parar
e vir aqui homenagear o Santinho. Por quê? Por diversas razões. Primeiro pela
figura do Santinho. A Leila rapidamente me alinhou uma série de dados e
concluiu dizendo: Vereador, é uma figura humana notável dentro desta Casa. Todo
mundo gosta dele, porque ele é bom. Então, eu precisava homenagear esta figura
notável, esse nosso colega de trabalho, pois nós passamos pela Câmara e tu,
Santinho, ficas na Câmara. Nós passamos por aqui e, muitas vezes, não temos
tempo, não temos oportunidade de conhecer as pessoas que trabalham conosco,
então, este é o momento em que o Vereador se sente gratificado em vir à tribuna
para levar uma palavra de carinho, uma palavra de admiração a um servidor desta
Casa. E, homenageando esse servidor, homenageamos todos os funcionários desta
Casa, em particular, os jornalistas desta Casa, com quem tu, Santinho,
trabalhas em contato, jornalistas esses que tantas vezes são incompreendidos
nessa luta diária por nós sermos notícia. Então, o PMDB vem a esta tribuna para
saudar um colega de trabalho da Câmara de Vereadores que marca a sua posição
dentro desta Casa pelas suas qualidades pessoais de caráter, de bondade e de
amizade, e saudando esse funcionário, saúda e enaltece todos os funcionários
desta Casa, porque, na realidade, o que o Santinho significa neste momento é
mais do que a própria figura dele: é a figura de um funcionário da Câmara
Municipal de Porto Alegre a quem nós, em nome do PMDB, trazemos as nossas
homenagens. E esperamos, Santinho, que esta homenagem, que te homenageia, que
homenageia os funcionários desta Casa, que homenageia a Cidade por te ter como
Cidadão Emérito, que a tua alegria de hoje, junto com tua esposa, junto com os
teus 5 filhos, junto com teu neto, que está para vir em dezembro, tu a repartas
conosco por muito e muito tempo mais. Estejamos ou não nesta Casa, continua
sempre o Santinho que tu és para os funcionários e para os Vereadores desta
Casa. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Adão
Eliseu, autor da proposição, que falará em nome das Bancadas do PDT, PFL, PDS e
PCB.
O SR.
ADÃO ELISEU: Senhoras e Senhores, pode
parecer estranho que se faça uma homenagem a um santo de Casa, normalmente os
santos de casa não fazem milagres. Mas este faz. E está aí o milagre, a Casa
cheia de amigos para assistirem a uma modesta homenagem que um Vereador presta,
propõe e a Câmara Municipal de Porto Alegre presta a este santo de Casa.
Sou Vereador de primeira Legislatura, apresentei
três títulos desde que aqui estou: o primeiro ao Frei Leonardo Boff, pela figura
humana que é, pelo conhecimento, pelo que fez e pelo que fará, não só ao nosso
País, como ao mundo. Prestei outra homenagem a um soldado da Brigada que salvou
uma criança que tinha sido atropelada cuja médica, cuja doutora, ao passar
sendo chamada deu-a como morta, e o soldado não acreditando, acreditando na
vida, exercitou os conhecimentos que possuía de salvar vidas, chegou com a
criança viva no Pronto Socorro, respirando e falando, por isso prestei essa
homenagem a esse soldado.
Agora, propomos homenagem a um santo de casa, alguém que integra uma
comunidade de jornalistas, aqueles que registram os fatos de nossas vidas, que
registra a própria vida no seu momento de resfriamento, momento cabal.
Contrariamente ao Ver. Coulon, que afirma falar do coração, e eu
acredito que sim, quando se fala de improviso, eu vou falar o meu improviso,
fazer minha homenagem em nome do PDT, em nome dos vários partidos que foram
citados pelo Sr. Presidente; eu acredito que o discurso escrito pode não ser
tão gostoso quanto o discurso feito de improviso, mas por outro lado é uma
homenagem que se faz, é uma homenagem àquele que recebe a outra homenagem.
Em primeiro lugar, alguns dados sobre a pessoa e trabalho do nosso
Homenageado que será feito da maneira mais simples, conforme seu pedido.
Devo-lhes cientificar que este título lhe é dado por total
reconhecimento desta Casa e a pedido de vários profissionais da fotografia e do
mundo jornalístico, o que, dessa forma, transforma esta festa não só do
“Santinho”, mas de todos seus colegas espalhados por este Rio Grande e pelo
Brasil.
O valor do profissional engrandece a profissão e modela a atuação de
seus colegas. Temos um caso típico entre nós que é um exemplo vivo de excelente
e vitorioso profissional integrado numa esplêndida criatura humana.
Se chamarmos pelo seu nome real, talvez nem ele próprio atenda –
Maurecy. Ainda mais com seu respeitável lusitano sobrenome – Souza dos Santos.
Para nós, seus amigos e colegas, e para ele próprio é simplesmente Santinho.
Pois o Santinho, pai de cinco filhos, nasceu há cinqüenta anos nas
areias de Rio Grande no dia 18 de abril de 1938. Já aos 16 anos de idade
começou a exercer a profissão de fotógrafo.
Em 1960, veio para Porto Alegre e tornou-se um disputado repórter
fotográfico. Primeiramente, engajou-se no Jornal Última Hora, onde trabalhou
até 1964. A seguir, passou a exercer suas funções na Companhia Jornalística
Caldas Júnior até 1965 e na Zero Hora de 1967 a 1972; dentro desse período, entre
os anos de 1967 a 1972, colaborou no Jornal do Brasil. Voltou à CJCJ, onde
trabalhou até 1976, e depois à Zero hora, onde permaneceu até 1978. Desse ano
até 1980, exerceu as funções de subeditor de fotografia na Cooperativa de
Jornalistas (Coojornal).
De 1981 em diante, tornou-se
“free-lancer” com trabalhos no jornal “O Globo” e responsável pelo setor
de fotografia da Câmara Municipal de Porto Alegre.
Nos 34 anos que exerce a profissão, Santinho também prestou serviços a
vários órgãos de comunicação, nacionais e internacionais, tais como O Estado de
São Paulo, Jornal da Tarde, Folha de São Paulo, Gazeta Esportiva de São Paulo,
Última Hora-Rio, Revista Veja, Revista Placar, Revista Isto É, Revista Status,
Revista Hipus.
O nosso Homenageado é um repórter fotográfico premiado, dentre os
vários prêmio recebidos, os principais foram:
- Prêmio Esso de
Jornalismo em 1972 com a reportagem sobre os índios no Rio Grande do Sul, com o
título “Um Povo Condenado”;
- Dois prêmios da Secretaria de Saúde do Estado, sobre aleitamento
materno, em 1980.
Foi ele o único
a fotografar toda a carreira do jogador Paulo Roberto Falcão. Realizou também
várias coberturas nacionais e internacionais como o seqüestro do Cônsul Gomide
em Montevidéu em 1970. Nessa cobertura, permaneceu 36 dias na expectativa e na
busca de informações.
Foi também o
único fotógrafo a documentar o traslado do corpo do Presidente João Goulart
para o Brasil. Realizou ainda as coberturas da volta de Peron à Argentina em
1972 e a excursão do Clube Internacional à Europa em 1975 com jogos em 11
países, durante 48 dias.
Ultimamente
eleito Diretor do Encontro de Repórteres Fotográficos do 6° Encontro de
Repórteres Fotográficos de Salvador.
Este já longo
currículo e que, certamente, no decorrer da profícua vida profissional de
Santinho, será ainda mais enriquecido, é a comprovação do mérito da homenagem e
do Homenageado.
Senhores, o trabalho de um profissional do gênero não pára por aí.
Muitos caem no erro de supor que a fotografia seja apenas o resultado de uma
atividade reprodutiva de imagens em que o fotógrafo deve apanhar intuitivamente
o rigor geométrico, o equilíbrio da expressão.
Muito se tem discutido, nos últimos anos, se a fotografia é somente
isso, se a fotografia pode ser considerada uma obra de arte, ou se a arte está
na forma de captar a imagem e se for considerada arte pode ser comparável com
as demais criações plásticas. Para os que a aceitam como arte, a câmera é
empregada como uma ferramenta, como o pintor emprega seu pincel e isso tem a
aprovação dos que reconhecem o mérito da fotografia em suas múltiplas funções e
a aceitam como o meio mais eloqüente e direto de fixar ou registrar a época
presente. A fotografia ou o ato de fotografar, e aí envolve o fotógrafo como
agente ao buscar a beleza da vida, como nas demais artes, possibilita a
liberdade e, como a liberdade é uma conquista permanente, ela é algo que, uma
vez conseguido, é logo perdido para iniciar-se uma nova fase de trabalho e
conquistar não a liberdade parada, estática, mas a liberdade por vir, porque a
liberdade não é somente a reintegração do que se perdeu, mas a integração do
que antes não havia. E o fotógrafo, com sua visão de mundo, é capaz de
proporcionar essas condições de conquista e liberdade porque a arte só tem
sentido porque ela vem do homem e para ele se destina.
Poderíamos afirmar, também, que o fotógrafo não é somente o técnico, o
profissional, o artista, é também um historiador, tendo-se em vista que a
história, como ciência, é feita com a palavra; o fotógrafo a faz através da imagem
sem a tranqüilidade do historiador em seu gabinete e nas bibliotecas; na
fotografia não há escapatória geográfica do conflito. O fotógrafo precisa estar
onde está a ação e que para isso não se limita apenas a observar e registrar no
fragor da batalha, da destruição e da tragédia o que requer tanta coragem como
participar. O fotógrafo, quando por ocasião de seu trabalho, se transforma no
médico que opera o paciente sem se emocionar ao mesmo tempo em que atua com
toda as suas sensibilidades emocionais vigendo. Ainda assim, quando se
fotografa, transforma-se também vida e morte em um espetáculo a ser olhado com
desligamento. O desligamento do artista tornou-se problema mais grave no
veículo fotógrafo, precisamente porque o veículo lança-o em pessoa em situações
que clamam por solidariedade humana. Em sentido mais amplo, a fotografia serve
como instrumento efetivo da revelação ativista, mas, ao mesmo tempo,
possibilita à pessoa a ocupar-se em meio às coisas, sem ter que tomar partido e
superar fisicamente a alienação ou ter que renunciar ao desligamento.
Para Tina Medotti, a fotografia, pelo próprio fato de que só pode ser
produzida no presente e baseando-a no que se tem objetivamente em frente à
câmera, se impõe como meio mais satisfatório de registrar a vida objetiva em
todas as suas manifestações. Daí seu valor documental e se a isso se somar
sensibilidade e compreensão do tema, e sobretudo uma clara orientação do lugar
que deve ocupar no campo do desenvolvimento histórico, creio que o resultado é
algo digno de ocupar um posto na revolução social para o qual todos devemos
contribuir.
Ao cidadão Maurecy Souza dos Santos – o nosso amigo Santinho –
desejamos que continue sua vitoriosa vida profissional nesta Câmara Municipal,
honrando a todos nós com sua amizade e seu exemplo.
Com isso, Senhores, creio ter, esta Casa homenageado não somente o
nosso amigo Santinho, que, através de sua técnica e de sua arte, nos faz
melhores e de melhor aparência, neste Plenário, mas a toda uma classe de
profissionais que, em muitos momentos, entrega suas próprias vidas em benefício
do fato que está ocorrendo, em benefício da realidade e da vida. A humanidade
deve muito a esses profissionais. Daí por que esta homenagem ainda é pequena
para quem já tem feito tanto por todos nós. Muito obrigado, Santinho! Muito
obrigado por vocês existirem!
O SR. PRESIDENTE: Convido o nobre Vereador
Adão Eliseu, proponente da presente Sessão, a
entregar o título de Cidadão Emérito ao nosso companheiro Maurecy Souza dos
Santos.
(É feita a entrega do Título.)
A Câmara Municipal de Porto Alegre instituiu, de
alguns anos para cá, um troféu denominado Frade de Pedra; ele simboliza o
agradecimento aos porto-alegrenses, a todas as pessoas que, de uma forma ou de
outra, prestam serviços a nossa comunidade; historicamente, ele traduz a
hospitalidade do povo rio-grandense, eis que ele representa a fraternidade e
boas-vindas. Esta homenagem, desta Presidência eventual, a entrega ao nosso
Homenageado, vamos transferir a sua esposa Dona Zilda, para que entregue ao
nosso Santinho este símbolo de quanto nós queremos o Santinho, eis que somos um
dos funcionários mais antigos da Casa.
(A Sra. Zilda Souza dos Santos faz a entrega do
troféu ao Sr. Maurecy Souza dos Santos.) (Palmas.)
Com a palavra o nosso Homenageado.
O SR.
MAURECY SOUZA DOS SANTOS: Haja coração!
Meus amigos, antes de começar o meu longo
discurso, eu gostaria de agradecer a algumas pessoas de minha família. Não vou
agradecer nominalmente a todos os presentes para não cometer injustiças e
esquecer nomes. Mas eu gostaria de agradecer do fundo do coração aos meus pais
aqui presentes, a minha mulher aqui presente, aos meus filhos, a minha nora e
ao meu futuro neto que em dezembro estará aí. Então, a partir de dezembro, eu
serei o Santinho vovô. Não serei mais o tio Santinho, vou ser o vovô Santinho.
Eu gostaria também de dizer ao Ver. Adão Eliseu
que foram duas surpresas maravilhosas para mim. Uma eu já vinha com ela, chegar
aqui e receber o título de Cidadão de Porto Alegre. A outra vir dizer a todos,
eu tenho aqui vários colegas profissionais que poderão confirmar isto, o Ver.
Adão Eliseu conseguiu mais um feito, foi o de dar a mim um dos anos mais
bonitos da minha vida, é este que eu estou tendo aqui, fotografando, queria que
ficasse no meu coração. Ver tanta gente, tantos amigos, isto é confortante.
Agora vou tentar agradecer a todos os presentes, às autoridades, amigos,
colegas.
Para nós, profissionais da comunicação, existe
uma verdade, quase dogma; a de nos encontrarmos, sempre, diante das câmeras e
fazermos e jamais sermos notícia. Apesar disso, como fugir da carinhosa
manifestação que a Câmara Municipal de Porto Alegre me presta, através da
iniciativa do Vereador Adão Eliseu? Quero receber esta homenagem, embora
vencendo o constrangimento de me colocar diante das câmeras, na medida em que a
compreendo como uma significativa demonstração de apreço à classe que integro e
da profissão que abracei. No registro dos fatos e feitos do dia-a-dia,
acostumei a ver, nesta mesma Casa, figuras ilustres receberem o prêmio que hoje
me outorgam e posso, então, sem medo de errar e na comparação com os outros
homenageados, sentir ser imerecida esta distinção. Recebo-a, no entanto,
repito, na condição de que ela se estenda aos meus demais colegas e na
presunção válida de que a todos ela buscou alcançar.
Assim, agradeço a todos os Vereadores este título
de Cidadão Emérito, que ostentarei, sempre, com orgulho, até o fim dos meus
dias.
Desejei, sem nenhuma desconsideração a homenagem
que me prestam, ser breve, à semelhança do flasch quando explode, e rápido,
igual ao clique da minha máquina. Por isso, renovando os meus mais sinceros
agradecimentos, só me cabe concluir com uma das mais bonitas palavras da língua
portuguesa. Obrigado!
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Bem, Senhoras e Senhores, eu
tive o máximo prazer, na condição de 2° Secretário da Mesa da Casa, de, pela
primeira vez, presidir uma Sessão Solene, e esta Sessão Solene foi para a
entrega de um título para um colega de trabalho. É uma satisfação também para
esta Presidência. As qualidades profissionais do nosso Santinho já foram ditas
da tribuna pelos Vereadores que o saudaram, mas para quem convive nesta Casa,
como nós, lá se vão sete anos mais ou menos vendo o trabalho diário do
Santinho, correndo sempre pelos corredores da Casa, e ainda na Câmara do 14°
andar do Edifício Intendente Azevedo lá estava o Santinho, num quartinho
acanhado, escuro, quase sem condições de trabalho, exercendo sua profissão, e
exercendo muito bem. Por isso, nós queremos, em nome da Câmara Municipal de
Porto Alegre, mais uma vez saudar esse funcionário da Casa, que tem dado
belíssimos exemplos de trabalho, de dedicação e, sobretudo, de amizade para com
todos aqueles com quem ele trabalha, sejam Vereadores, sejam colegas.
Agradecemos a presença do Jornalista Melchíades Stricher, representando
neste ato o Sr. Prefeito Municipal. Agradecemos o Professor, meu querido colega
de Faculdade, Joaquim José Felizardo, digníssimo Secretário Municipal de
Cultura. Agradeço, também, meu fraterno amigo Pedro Flores, representando,
neste ato, a Associação Riograndense de Imprensa. E agradecendo, finalmente, ao
nosso Homenageado e a sua digníssima esposa.
Encerro os trabalhos da presente Sessão.
(Levanta-se a Sessão às 17h03min.)
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